terça-feira, 22 de abril de 2008

A importância da vida Afetiva

Nós seres humanos, quando nascemos, tomamos consciência de muitas coisas. Mas é quando nos desenvolvemos em uma certa idade, que essa importância toma espaço em nossas vidas. É quando descobrimos que nossas vidas estão além dos brinquedos, dos polinômios e das sopas da mamãe. Viemos ao mundo com aspirações em comum. Dentre elas, está o bem viver, o bom emprego e o amor. Este último, incondicional e intrínseco, se faz presente com maior intensidade principalmente quando observamos essa pessoa pela primeira vez. O âmago estremece, como se nos desse um sinal. “É aquela pessoa... hora de agir!” Seja no ônibus, na calçada, na esquina da rua de casa, na sala da faculdade ou num simples elevador dos prédios do Centro da cidade. Qualquer situação ou local é propício a isso.

Devotar sentimentos é o que fazemos o tempo todo. Precisamos mostrar ao mundo do que gostamos, seja da sopa da mamãe e, para isso, é só fazê-la de novo. Seja dos polinômios e, para isso, cabe fazer faculdade de matemática. Mas pelo amor torna-se mais que necessário visualizar, encontrar essa pessoa no meio de muitas, a pessoa que pode ser a escolhida, a elegível e unânime entre várias. A pessoa que muitos consideram como abençoada, iluminada, enfim. É aquela pessoa em quem investimos nossas lutas, com quem compartilhamos fracassos, aventuras, felicidade, tristeza, um amor misturado com ódio. Esse alguém, muitas vezes, sabe coisas nossas, que nem teríamos coragem de contar para nossa mãe ou pai. Uma pessoa mais que amiga.

E como é bom investir em algo que traz retorno! É um processo em que nos transformamos objeto de desejo e satisfação dessa pessoa, e sabemos que ela se faz do mesmo modo. Não temos por que esconder nossas emoções. Elas são nossa própria vida, uma espécie de linguagem na qual expressamos percepções internas; são sensações que ocorrem em resposta a fatores geralmente externos. Eis a importância da vida afetiva. Embora não sejam todas as teorias psicológicas que considerem-na importante, a vida afetiva é extremamente necessária, pois é parte integrante de nossa subjetividade. Nossas expressões não podem ser compreendidas se não considerarmos os afetos que as acompanham. Faz mais que parte da vida. Em alguns casos, chega a compor a vida dos seres humanos.

Entretanto, a vida afetiva é algo que precisa de espaço na mente e no coração. A pessoa que não devota ou não devotou parte da vida a tal fato, dificilmente aproveita o tempo que passa ou vive pouco feliz. Já a pessoa que perdeu seus afetos por algum motivo, resta vagar pelo mundo a procura de sua reposição, sua reconquista, seja com outra pessoa ou com a mesma, se esta ainda existe. E, aqueles que já possuem, cabe a eles cuidar de toda essa afetividade. Afinal, não há nada mais lindo que a compreensão mútua, a junção de duas identidades, a troca de sentimentos, mesmo que os afetos sejam duradouros ou passageiros. Não importa qual for, exercer a afeição é direito de todos, cabe encontrar a pessoa certa no momento certo.


Referência bibliográfica:

BOCH, Ana Maria Mercês (org.), “Psicologias. Uma introdução ao estudo da Psicologia”. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999